Especificação: Construção de um prédio residencial no alinhamento
da rua, em estilo eclético, com predominância pra o estilo neoclássico,
originalmente sem marquise, transformada em loja comercial antes da vigência da
lei, perdendo, para melhor acessibilidade, as janelas frontais, nas quais se
destacavam as lunetas retangulares de ferro batido e as esquadrias originais em
madeira, bambinelas, venezianas e vidro.
A platibanda em desenho de arco
contendo belíssimos elementos em alto relevo junto às cimalhas esconde o
telhado de telha francesa e sobre as janelas há apliques em seu contorno feitos
em argamassa, destacando-se o frontão de dimensões pequenas, mas não menos expressivo.
Diante das janelas, uma sacada revelando os balaústres feitos em argamassa.
E no altiplano da platibanda
contém frisos em alto relevo, oferecendo harmonia arquitetônica à construção,
principalmente o florão com desenhos decorativos e os pináculos dando
acabamento ao conjunto que, em termos de paisagem urbana, integra outros
prédios da mesma rua.
Justificativa: Por tudo aqui descrito, o imóvel, pela sua
importância histórica e no cenário urbano da antiga Rua Nova da Constituição,
justifica o seu tombamento como patrimônio histórico e cultural do município.
Afinal, trata-se da antiga sede do Clube Macarroni.
Falando sobre o carnaval
campista, desde a sua origem, o escritor Hervé Salgado Rodrigues “Na Taba dos
Goytacazes”, p. 128, fala sobre a fundação das sociedades carnavalescas:
“(...) Em 1870 surgiria o Clube
Macarroni, que com o Clube “Tenente de Plutão”
e mais o “Indiano Goytacaz” iriam marcar a força do nosso carnaval, em
rivalidade acesa e bonita. O “Club Indiano Goytacaz” foi fundado em 1876, pelos
abolicionistas. Os caciques eram Carlos de Lacerda, Adolfo Porto, Júlio Armond
e outros decididos abolicionistas. Em 1884, 14 anos depois do Macarroni, e de
quem seria espetacular, pois desfilaram, apresentando préstitos o “ Índio
Negro”, “Cacetes”, “Caras Duras”, “Tenentes do Diabo” e “ Proguessistas”(...)”.
A rivalidade entre as grandes
sociedades chegou até, mais ou menos, os anos 50, quando se inicia no Carnaval
de Campos a hegemonia dos blocos de estudos, dos ranchos, dos cordões
carnavalescos e, sobretudo, as escolas de samba.
Localização: Avenida Alberto Torres, 71 – Centro Histórico.
Época de Construção: Ano de 1910, aproximadamente.
Estado de Conservação: Bom. O imóvel perdeu as portas de madeira do
térreo, ganhando outras antiestéticas de aço para melhorar segurança do
comércio. No sobrado as janelas receberam esquadrias de alumínio e vidros. Em
caso de reforma, as lunetas deverão ser recolocadas, bem como a marquise, por
ser um objeto estranho à arquitetura original, deverá ser removida.
Propriedade: Boletim Cadastral em nome do Clube Macarroni, seus Representantes e ou Herdeiros.
Endereço para correspondência: O MESMO.
Processo nº: 00582/2016
Protocolo nº: 2016.115.000611-1-PA
Inventário em: 20/10/2014
Fotografia: Valdimir da Silva
Salino
Responsável: Orávio de Campos
Soares
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