sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Avenida Alberto Torres, 71




Especificação: Construção de um prédio residencial no alinhamento da rua, em estilo eclético, com predominância pra o estilo neoclássico, originalmente sem marquise, transformada em loja comercial antes da vigência da lei, perdendo, para melhor acessibilidade, as janelas frontais, nas quais se destacavam as lunetas retangulares de ferro batido e as esquadrias originais em madeira, bambinelas, venezianas e vidro.
A platibanda em desenho de arco contendo belíssimos elementos em alto relevo junto às cimalhas esconde o telhado de telha francesa e sobre as janelas há apliques em seu contorno feitos em argamassa, destacando-se o frontão de dimensões pequenas, mas não menos expressivo. Diante das janelas, uma sacada revelando os balaústres feitos em argamassa.
E no altiplano da platibanda contém frisos em alto relevo, oferecendo harmonia arquitetônica à construção, principalmente o florão com desenhos decorativos e os pináculos dando acabamento ao conjunto que, em termos de paisagem urbana, integra outros prédios da mesma rua.

Justificativa: Por tudo aqui descrito, o imóvel, pela sua importância histórica e no cenário urbano da antiga Rua Nova da Constituição, justifica o seu tombamento como patrimônio histórico e cultural do município. Afinal, trata-se da antiga sede do Clube Macarroni.
Falando sobre o carnaval campista, desde a sua origem, o escritor Hervé Salgado Rodrigues “Na Taba dos Goytacazes”, p. 128, fala sobre a fundação das sociedades carnavalescas:
“(...) Em 1870 surgiria o Clube Macarroni, que com o Clube “Tenente de Plutão”  e mais o “Indiano Goytacaz” iriam marcar a força do nosso carnaval, em rivalidade acesa e bonita. O “Club Indiano Goytacaz” foi fundado em 1876, pelos abolicionistas. Os caciques eram Carlos de Lacerda, Adolfo Porto, Júlio Armond e outros decididos abolicionistas. Em 1884, 14 anos depois do Macarroni, e de quem seria espetacular, pois desfilaram, apresentando préstitos o “ Índio Negro”, “Cacetes”, “Caras Duras”, “Tenentes do Diabo” e “ Proguessistas”(...)”.
A rivalidade entre as grandes sociedades chegou até, mais ou menos, os anos 50, quando se inicia no Carnaval de Campos a hegemonia dos blocos de estudos, dos ranchos, dos cordões carnavalescos e, sobretudo, as escolas de samba.

Localização: Avenida Alberto Torres, 71 – Centro Histórico.

Época de Construção: Ano de 1910, aproximadamente.

Estado de Conservação: Bom. O imóvel perdeu as portas de madeira do térreo, ganhando outras antiestéticas de aço para melhorar segurança do comércio. No sobrado as janelas receberam esquadrias de alumínio e vidros. Em caso de reforma, as lunetas deverão ser recolocadas, bem como a marquise, por ser um objeto estranho à arquitetura original, deverá ser removida.

Propriedade: Boletim Cadastral em nome do Clube Macarroni, seus Representantes e ou Herdeiros.

Endereço para correspondência: O MESMO.

Processo nº: 00582/2016

Protocolo nº: 2016.115.000611-1-PA

Inventário em: 20/10/2014
Fotografia: Valdimir da Silva Salino
Responsável: Orávio de Campos Soares

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